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MICÉLIO: O PLÁSTICO DO FUTURO? #micelio, #cogumelo

 

Micélio para tudo

Micélio= é a raiz do cogumelo



Cogumelos podem, acima de tudo, ajudar até a evitar o uso de plástico. Para tal, cientistas ao redor do mundo já vêm explorando uma característica-chave dos fungos, a formação de uma rede de fios - parecidos com veias - chamada micélio, para criar materiais que possam substituir as embalagens de plástico.

À medida que os fungos crescem, redes de micélio se ramificam por cantos e fissuras no solo, unificando-os. Ele funciona como a cola da natureza.

Em 2010, a empresa de biomateriais Ecovative Design começou a explorar o micélio para unir resíduos naturais, como os de cascas de arroz ou de madeira, trazendo alternativa às embalagens de poliestireno. Seu trabalho evoluiu para o MycoComposite, um biomaterial que usa pedaços de planta de cânhamo como base.

 

Esses são embalados em moldes reutilizáveis, juntamente com esporos de fungos e farinha, que crescem por nove dias. Assim, produzem enzimas que digerem os resíduos. Uma vez que tenha crescido na forma desejada, o material recebe calor para secar e ter seu crescimento interrompido. A embalagem de cogumelos resultante é biodegradável e já está sendo usada por empresas como a Dell para embalar seus computadores.

 


A empresa também desenvolveu uma maneira de cultivar micélio em espumas que podem ser usadas em tênis de corrida, isolantes e tecidos que imitam o couro. Trabalhando com a empresa de tecidos sustentáveis Bolt Threats, ela combina resíduos de milho com o micélio, permitindo que um emaranhado se desenvolva, seja curtido e comprimido. O processo leva alguns dias, em vez dos anos necessários para o couro animal.

Stella McCartney está entre as designers interessadas em usar o couro de cogumelo, e a designer de calçados Liz Ciokajlo usou o micélio para uma moderna repaginada de uma tendência fashion dos anos 1970: a Moon Boot, ou bota lunar.

Athanassia Athanassiou, cientista de materiais do Instituto Italiano de Tecnologia em Gênova, tem usado fungos para desenvolver novos tipos de curativos no tratamento de feridas crônicas.

Mas ela também descobriu que é possível adaptar as qualidades do micélio alterando o que ele digere. Quanto mais difícil for para os fungos digerir uma substância - por exemplo, serragem de madeira em vez de cascas de batata -, mais duro será o material micelial resultante. Isso aumenta a perspectiva de usar fungos para fins mais robustos.

A MycoWorks, com sede na Califórnia, vem desenvolvendo maneiras de transformar cogumelos em materiais de construção. Ao fundir a madeira com o micélio, a companhia conseguiu criar tijolos retardantes de chamas e mais duros que o concreto convencional.

 

Tien Huynh, biotecnólogo do Instituto Real de Tecnologia de Melbourne, na Austrália, lidera um projeto para desenvolver tijolos combinando-se o micélio do Trametes versicolor com cascas de arroz e resíduos de vidro.

Huynh garante que eles não só fornecem um material de construção barato e sustentável, mas também ajudam a resolver outro problema enfrentado por muitas casas na Austrália e em todo o mundo - cupins. A sílica do vidro e das casas de arroz tornam o material menos apetitoso para os cupins, que causam bilhões de dólares em danos às residências todos os anos.

"Em nossa pesquisa, usamos fungos para produzir enzimas e novas bioestruturas com diferentes propriedades, incluindo a absorção de som, força e flexibilidade", diz Huynh. Sua equipe também está trabalhando no uso de fungos para produzir quitina - uma substância usada para engrossar alimentos e aplicada em muitos cosméticos.

"Normalmente, a quitina é processada a partir de crustáceos, que tem propriedades hipoalergênicas. A quitina fúngica não", diz Huynh. "Teremos mais produtos baseados em fungos no final do ano, mas certamente é um recurso fascinante subutilizado."

Os fungos também podem ser usados em combinação com materiais de construção tradicionais para criar um "concreto inteligente", ou seja, capaz de regenerar fissuras e reparar danos.

"As possibilidades de uso do micélio são infinitas", diz Gitartha Kalita, bioengenheiro da Faculdade de Engenharia de Assam e da Universidade Assam Don Bosco, em Guwahati, na Índia. Ele e seus colegas têm usado fungos e resíduos de capim seco para criar uma alternativa à madeira de construção.

"Tudo o que hoje chamamos de lixo agrícola é, na verdade, um recurso incrível no qual os cogumelos podem crescer. Já degradamos nosso meio ambiente e, portanto, podemos substituir os materiais atuais por algo que se sustente de forma sustentável. Eles podem pegar nosso desperdício e transformá-lo em algo que é realmente valioso para nós", afirma.








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Assinatura BBC footer (Foto: BBC)